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domingo, 20 de novembro de 2011

Uma singela análise sobre angelologia












 
Introdução




Que a existência angelical é um fato creditado. Isso se é visto desde os primórdios da era cristã. Pensava-se nesses seres como havendo os bons e os maus, sendo aqueles tidos por alta estima, pois se atribuía a eles o engajamento no serviço de Deus e eram usados por Deus para prover o bem-estar humano, além de serem considerados como seres pessoais de categoria elevada e providos de liberdade moral. Aos anjos maus ou espíritos imundos se atribuía calamidades de várias espécies, como doenças, acidentes e perdas. A convicção geral era que os anjos foram criados bons, mas alguns abusaram da sua liberdade e caíram , apartando-se de Deus. Pensava-se no orgulho e ambição pecaminosa como a causa da queda de satanás e que a queda de seus subordinados se dava a cobiça das filhas dos homens. Argumentação baseada na interpretação da época ao texto de Gn 6.2. Com o passar do tempo ainda se acreditava no orgulho como a causa da queda de satanás, porém, a ideia de que os demais anjos caíram em sua consequência da cobiça das filhas dos homens, embora ainda defendida por alguns, foi desaparecendo aos poucos, sob a influência de uma melhor exegese. Com certeza a angelologia, assim como outras doutrinas bíblicas por muitas vezes tem sido desprezada ou quando não, é mal compreendida e mal interpretada, negando-se-lhe o valor e a credibilidade devida, pois é uma verdade bíblica e, portanto, negar tal ensino ou negar-lhe a devida atenção, automaticamente estaremos também por conseqüência desprezando as sagradas escrituras, que é a revelação da vontade de Deus para nós.


A existência e origem dos anjos
Todas as religiões reconhecem a existência de um mundo espiritual. Aigreja cristã sempre acreditou na existência dos anjos, mas a teologia liberal moderna descartou essa crença, embora ainda considere a ideia-anjo útil, visto que ela imprime em nós “o vívido poder de Deus na história da redenção. (teologia sistemática Louis Berkof, pág. 133). Quanto a sua origem: Não se afirma claramente na Escritura que os anjos foram criados e o relato da criação não os menciona (Gn 1-2). Que foram criados, no entanto, infere-se claramente do salmo 148.2,5: “Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas legiões celestes [...] Louvem o nome do Senhor, pois mandou ele, e foram criados”. (Millard J. Erickson, introdução a teologia sistemática, pág. 194). Segundo Thiessen a época de sua criação pode ter sido junto com a do céu, “A época de sua criação não é indicada com precisão em parte alguma, mas é mais provável que tenha se dado juntamente com a criação dos céus Gn 1.1.(Henry Clarence Thiessen, palestras em teologia sistemática, pág. 129). Para Grudem a ideia da criação dos anjos antecedente a da terra não é muito plausível, embora o relato de Gn1. 1 em contraste com Gn 1.2, nos dê a ideia de que o céu já estava habitado por seres espirituais enquanto a terra estava sem forma e vazia pareça plausível não podemos afirmar com segurança já que não há suporte bíblico quanto ao assunto em questão,sobre o momento exato da criação dos anjos ( teologia sistemática atual e exaustiva  Wayne Grudem, págs. 326,327). Portanto, para uma resposta mais segura quanto à criação dos anjos, seria assumirmos que com certeza foram criados antes do sétimo dia da criação Gn 1.2/ Êx 20.11.

               
A definição e natureza dos anjos
Por natureza queremos dizer, às características que os compõem. Mas antes nos parece mais apropriado darmos alguma definição para melhor compreendermos esses seres celestes. Segundo Grudem anjos são: “são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos” (Wayne grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág323.). Para Millard os anjos:” são aqueles seres espirituais que Deus criou acima da humanidade, alguns dos quais permaneceram obedientes a Deus e realizam a sua vontade, enquanto outros desobedeceram,perderam sua condição santa e agora se opõem á sua obra e a dificultam” (Millard J. Erickson introdução a teologia sistemática, pág. 194).
Portanto, das definições dadas acima podemos tirar algumas conclusões acerca da natureza dos anjos, que veremos pormenorizadamente aqui:
Ø  São seres espirituais e incorpóreos- observamos nas escrituras os anjos como seres espirituais Hb 1.14, não possuindo um corpo físico Lc 24.39, e diferente dos homens não estão limitados pelo corpo físico já que são espíritos, podendo assim, se locomoverem a uma velocidade incrível, e agir em prol dos homens de forma invisível, sendo visto por aqueles unicamente por meio de revelação Nm 22.31, ou tomando forma humana para que possam ser vistos (angelofanias) Gn 19.1-3, fato que, apesar de serem espíritos e de poderem assumir forma humana, nos seja difícil dizer que os corpos que eles assumiram em certas ocasiões eram reais ou apenas aparentes.
Ø  São seres criados- o ensino da criação dos anjos é algo visto com clareza na escritura Sl 148.2,5/Cl1. 16/Ne 9.6. Tendo sido criados ex nihilo, ou apartir do nada. Não devem receber adoração e ao homem lhe é vetado a adoração Ap 19.10.
Ø  São imortais- como seres criados por Deus podemos ver nas escrituras que também são seres eternos, com isso não queremos dizer que não tenham inicio de dias mais que não terão fim, ou seja, não morrerão. No evangelho segundo escreveu Lucas 20.34-36, Jesus fala aos saduceus que os santos ressuscitados serão como os anjos, no sentido de que não poderão mais morrer. 
Ø  São numerosos- a bíblia não nos mostra o número exato de anjos que existem mais nos dá pistas que mostram claramente que são incontáveis, formando assim um extraordinário exército Dt33. 2/Sl 68.17. Em Mateus 26.53 Jesus diz:” Acaso, pensas que não posso rogar a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?”. Uma legião romana era composta por uma variação de 3.000 a 6.000 soldados, ao fazermos as contas usando a quantidade de 3.000 x 12 daria igual a 36.000 anjos ou ainda se tornando a fazer as contas só que agora com 6.000 x 12 daria um total de 72.000, com todo esse cálculo é evidente que não estamos a determinar a quantidade existente de anjos, mas com isso, podemos ter uma ideia de quão numerosos são os anjos. Aqui também observamos que sua quantidade não pode ser aumentada, dado o fato de não serem uma raça e sim um batalhão e não podendo ser um organismo devido ao fato de não se casarem e não nascerem uns dos outros.
Ø   São racionais- os anjos são mostrados nas escrituras como seres dotados de grande inteligência 2Sm 14.20/Mt 24.36/ Ef 3.10/2Pe2.11, embora não sendo oniscientes são superiores aos homens em conhecimento Mt 24.36.
Ø  São seres morais- são seres morais e devido a isto estão sob obrigação moral, que serão recompensados pela obediência e punidos pela desobediência. São chamados santos anjos Mt 25.31/ Mc 8.38/ Lc 9.26 e mostra os anjos caídos como mentirosos e pecadores Jo 8.44/ 1Jo 3.8-10.
Nomes também são dados a anjos
AS escrituras por vezes usam outros termos para denominar os anjos, como “filhos de Deus” Jó 1.6; 2.1, ”santos”Sl89. 5,7, “espíritos” HB 1.14, “vigilantes” Dn 4. 13, 17,23, “tronos”, “soberanias”, “principados”, ”potestades” Cl 1.16 e “poderes” Ef 1.21. (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 323)
Seu caráter
“Obedientes- eles cumprem os seus encargos sem questionar ou vacilar. Por isso oramos: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10/Sl 130.20/Jd 6/ 1Pe 3.22)
Reverentes- sua atividade mais elevada é a adoração a Deus (Ne 9.6/ Fl2.9-11/Hb 1.6)
Mansos- Não abrigam ressentimentos pessoais, nem injuriam os seus opositores. (2 Pe2.11/ Jd9)
Poderosos - São “magníficos em poder” (Sl 103.20)
Santos- sendo separados por Deus e para Deus, são “santos anjos” (Ap14”. 10)” (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág60). 

Classificação dos anjos 

A palavra “anjo” no equivalente hebraico é mal’ak; a palavra grega correspondente é angelos, em ambos os casos, o significado é mensageiro. Sendo os dois termos usados tanto para mensageiros humanos como para anjos. “Só através do contexto podemos saber se a palavra se refere a mensageiros humanos ou super- humanos, apesar de quase sempre se referir a mensageiros super-humanos” (Henry Clarence Thiessen palestras em teologia sistemática, pág.132).
Podemos assim classificar os anjos em duas classes anjos bons e anjos maus, mas para os propósitos deste trabalho trataremos por hora apenas dos anjos bons com suas subdivisões, deixando para mais adiante o assunto sobre os anjos maus.

Ø  Anjos bons
Anjo do Senhor- existe uma clara distinção quando a bíblia nos fala acerca do Anjo do Senhor e dos demais anjos, muitas características que se evidenciam no decorrer da história bíblica nos levam a pensar dessa forma, nos dando prerrogativas para afirmar que tais manifestações são mais cabíveis retratá-las como uma cristofania, ou seja, aparições de Cristo em forma pré-encarnada. Os textos bíblicos que mostram as aparições desse Anjo nos dão provas suficientes para crermos que esse anjo não é um anjo comum, nas suas aparições observamos adoração e sacrifícios que lhes são prestados, sem, contudo serem rejeitados por ele, caso contrário seria totalmente repudiado se tratasse de outro anjo Jz 2.1-4/6.19-22.
Arcanjos – o termo arcanjo só ocorre duas vezes nas Escrituras 1Ts 4.16/Jd9. Miguel é mencionado como arcanjo, o anjo principal. 1 Ts 4.16/Ap 12.7. Ele aparece como o anjo protetor da nação Israelita Dn 12.1. A maneira pela qual Gabriel é mencionado, também indica que ele é de uma classe muito elevada. Ele está diante da presença de Deus Lc 1.19, e a ele são confiadas às mensagens de mais elevada importância com relação ao reino de Deus Dn 8.16/9.21 (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág59, 60).  
Querubins- os querubins receberam a tarefa de guardar a entrada do jardim do Éden (Gn 3.24), e diz-se freqüentemente que o próprio Deus está entronizado acima dos querubins, ou viaja com os querubins por carro (Sl18.10/Ez 10.1-22).Sobre a arca da aliança no Antigo testamento havia duas imagens de ouro de querubins, com suas asas estendidas por sobre a arca , e era ali que Deus prometia vir habitar  no meio do seu povo:” Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel”(Êx25.22;cf. VV.18-21)  (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 324)
Serafins- outro grupo de seres celestiais, os serafins, são mencionados somente em Isaías 6.2-7, onde continuamente adoram  ao Senhor e clamam uns para os outros:”Santo,santo, santo é o Senhor  dos Exércitos; toda a terra está cheia de sua glória” ( Is6.3) (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 324)
Seres viventes- Ezequiel e apocalipse nos falam de ainda outro tipo de criaturas celestes, conhecidas como “seres viventes”, que circundam o trono de Deus (Ez 1.5-14; Ap 4.6-8). Com os seus semblantes de leão, boi, homem e águia, representam os seres mais poderosos de partes diversas de toda a criação divina (animais selvagens, animais domesticados, seres humanos e pássaros) e adoram a Deus continuamente: “Não, têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4.8) (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 324).


 Satanalogia


Existência
Falar da origem do mal é falar de um espinho que através dos séculos tem trazido bastante incômodo para as ciências de teologia e filosofia, justamente devido à dificuldade de se harmonizar a existência do mal com a existência de um Deus que é Todo-poderoso, bom, Santo e infinito. E na tentativa de muitos teólogos defenderem Deus ou de tentarem dar uma mãozinha a Deus, com o intuito de absolverem Deus de qualquer responsabilidade pela origem do mal, o máximo que conseguiram fazer foi O de tornarem menos do que Deus.
Alguns afirmam que não existe tal ser, o diabo; mas depois de observar-se o mal que existe no mundo, é lógico que se pergunte: “Quem continua fazer a obra de Satanás durante a sua ausência, se é que ele não existe? (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág. 62).
É aqui que deveríamos discutir o problema da origem do mal, pois ele se originou no céu e não na terra. (Henry Clarence Thiessen palestras em teologia sistemática, pág.131).
Satanás aparece na Escritura como o reconhecido chefe dos anjos decaídos. Ao que parece, ele era originariamente um dos poderosos príncipes do mundo angélico, e veio a ser o líder dos que se revoltaram contra Deus e caíram. (teologia sistemática Louis Berkof, pág. 137)


Origem e queda
A concepção popular de um diabo de chifres, pés de cabra, e de aparência horrível teve sua origem na mitologia pagã, e não na Bíblia. De acordo com as Escrituras, Satanás era originalmente Lúcifer (literalmente, “o que leva luz”), o mais glorioso dos anjos. Mas ele orgulhosamente aspirou a ser “como o Altíssimo” e caiu na condenação do diabo “(1Tm3.6) (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág. 62).
Quando criou o mundo, “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn1. 31). Isso significa que mesmo o mundo angélico que Deus criara não tinha ainda anjos maus ou demônios naquele momento. Mas já em Gênesis 3, vemos que Satanás, na forma de uma serpente, tentava Eva  ao pecado(Gn 3.1-5). Portanto, em algum momento entre os eventos de Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1deve ter havido uma rebelião no mundo angélico, na qual muitos anjos se voltaram contra Deus e se tornaram maus. (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 335).
“Satanás” é um nome dado ao chefe dos demônios... O nome “Satanás” é uma palavra hebraica (Satan) que significa “adversário”. O novo testamento também usa o nome “Satanás”, simplesmente tomando-o emprestado ao Antigo Testamento... Satanás pecou antes que qualquer ser humano o fizesse como se depreende do fato de ele (na forma de uma serpente) ter tentado a Eva (Gn3. 1-6/2Co 11.3)... O Diabo se caracteriza por haver dado origem ao pecado e por tentar os outros ao pecado. (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 337).


Caráter
“As qualificações do caráter de Satanás são indicadas pelos seguintes títulos e nomes pelos quais é conhecido:
·         Satanás- literalmente significa “adversário” e descreve seus intentos maliciosos e persistentes de obstruir os propósitos de Deus.
·         Diabo- significa literalmente “caluniador”. Satanás é chamado assim porque calunia tanto a Deus (Gn3. 22 4,5) como ao homem (Ap12. 10/Jô 1.9/Zc 3.1,2/Lc 22.31)
·         Destruidor- é o sentido da palavra “Apollyon” (grego), “Abaddon”, (hebraico) (Ap9. 11). Cheio de ódio contra o Criador e suas obras, o diabo desejava estabelecer-se a si mesmo como o deus da destruição.
·         Serpente- “Essa antiga serpente, chamada o diabo (Ap 12.9)nos faz lembrar aquele que , na antiguidade, usou uma serpente como seu agente para ocasionar a queda do homem.
·         Príncipe e deus deste mundo –(Jo 12.31/2 Co 4.4) Esses títulos sugerem sua influência sobre a sociedade organizada fora ou à parte da influência da vontade de Deus. Todo o mundo está no maligno “(no poder do maligno) (1Jo 5.19) e está influenciado por ele.(1Jo 2.16)As Escrituras descrevem o mundo sendo qual vasto conjunto de atividades humanas, cuja trilogia se resume nestas palavras: fama, prazer e bens”.  (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág. 62, 63)


Atividade
Satanás perturba a obra de Deus (1 Ts2.18); opõe-se ao Evangelho(Mt 3.19); domina, cega, engana e laça os ímpios (Lc22.3). Ele aflige (Jó1. 12) e tenta (1Ts 3.5)os santos de Deus. Ele é descrito como presunçoso (Mt4. 4,5); orgulhoso (1Tm3.6); poderoso(Ef 2.2); maligno (Jó 2.4); astuto(Gn 3.1); 
 enganador(Ef 6.11); feroz e cruel (1 Pe 5.8)


Destino
“Desde o princípio Deus predisse e decretou a derrota daquele poder que haveria causado a queda do homem (Gn 3.15), e o castigo da serpente até o pó da terra foi um vislumbre profético da degradação e derrota final dessa “velha serpente, o diabo”. A carreira de Satanás está em descensão sempre.
No princípio foi expulso do céu; durante a tribulação será lançado da esfera celeste a terra (Ap 12.29); durante o milênio será aprisionado depois de mil anos, será lançado ao lago de fogo (Ap 20.10). Dessa maneira a palavra de Deus nos assegura a derrota final do mal”. (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág. 64).


Anjos maus ou demonologia


Existência e origem
Quanto à existência desses seres malignos o mesmo que foi dito quanto à existência de seu líder maligno Satanás, também pode ser aplicado aos anjos maus ou espíritos malignos. Já em relação a sua origem, nos será de maior ajuda vermos algumas posições quanto a origem desses portadores de males, segundo Myer Pearlman  “Os anjos foram criados perfeitos e sem pecado, e, como o homem, dotados de livre escolha. Sob a direção de Satanás, muitos pecaram e foram lançados fora do céu. (Jo 8.44)... As escrituras não descrevem a origem dos demônios; essa questão parece ser parte do mistério que rodeiam a origem do mal. Porém as escrituras dão claro testemunho da sua existência real e de sua operação. (Mt 12.26,27). Nos evangelhos aparecem como espíritos maus desprovidos de corpos, que entram nas pessoas, das quais se dizem que têm demônio. Em alguns casos, mais de um demônio faz sua morada na mesma vítima”. (Mc 16.9/Lc8. 2) (Conhecendo as doutrinas da bíblia Myer Pearlman, pág. 65). Para Millard “os demônios, portanto, são anjos criados por Deus e, por conseguinte, eram originalmente bons; mas eles pecaram e assim tornaram-se maus. Não sabemos o momento exato em que ocorreu essa rebelião, mas deve ter ocorrido no intervalo entre o momento em que Deus declarou “boas” todas as coisas, e a tentação e queda da humanidade (Gn 3). (Millard J. Erickson introdução a teologia sistemática, pág. 194). Podemos ainda citar algumas opiniões do que poderiam ser esses seres:
1-as almas de homens maus
A tal afirmação retrucamos, pois tal posicionamento além de nos parecer algo ilógico, é ainda mais aceitável a sua refutação por falta de fundamentação escriturística, dado ao fato de que não há bases bíblicas para afirmarmos que as almas de seres humanos cujo final de suas vidas foi afundados em iniqüidade, estejam a perambular pela terra a procura de corpos, e ainda por cima a bíblia da várias provas quanto ao estado das almas dos seres humanos após a morte. (Hb 9.27/Sl 9.17/Lc 16.23).
 2-são espíritos desencarnados de uma raça pré-Adâmica
Tal ideia também assim como a anterior não apresenta base bíblica, contudo, tal ideia parece plausível para Thiessen“ Mas como a queda de Satanás, de seus anjos e dos demônios deve ter acontecido  entre Gn 1 e 2, não é improvável que, além dos anjos, houvesse uma raça de seres que habitava a terra, sobre quem Satanás dominava, e que também caiu quando ele caiu. Como castigo para eles, Deus permite-lhes estar por aí em um estado de desincorporação até que sejam confinados ao Geena, quando do julgamento final de Satanás e suas hostes” (Henry Clarence Thiessen palestras em teologia sistemática, pág.136,137). Tal tese por mais plausível que nos pareça não a podemos considerá-la com bíblica pelo motivo outrora citado, a sua falta de apoio nas escrituras e também pelo fato de não ser mencionado ou pelo menos estar implícito a origem de uma raça pré-Adâmica que habitasse a terra. Para alguns teólogos o juízo ao qual Pedro se refere em 2Pe3.5,6, poderia se referir  a um julgamento sobre uma raça pré-Adâmica, a isso também retrucamos pois na verdade o juízo ao qual Pedro se refere nesse texto é ao dilúvio sobre as pessoas do período de Noé. Portanto, cremos que os demônios, espíritos malignos ou imundos a que a bíblia se refere são na realidade os mesmos anjos que caíram com Satanás. Demônios são anjos que pecaram contra Deus e hoje continuamente praticam o mal. (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 335).


Natureza
A exemplo dos anjos, também são seres espirituais criados, dotados de discernimento moral e elevada inteligência, mas desprovidos de corpos físicos. (Wayne Grudem teologia sistemática atual e exaustiva, pág. 335).


Caráter e atividade
Quanto ao seu caráter cremos que as mesmas coisas que são ditas de seu mestre do mal, também podem ser acrescidas quanto aos anjos maus, também nos servirá de soma de conhecimento uma breve análise da sua atividade.
“os demônios infligem doenças: mudez (Mc9. 17), mudez e surdez (Mc9. 25), cegueira e surdez (Mt 12.22), convulsões (M1.26;9.20;Lc 9.30), paralisia ou aleijamento (At 8.7). E, mais especificamente, opõem-se ao progresso espiritual do povo de Deus (Ef 6.12). (Millard J. Erickson introdução a teologia sistemática, pág. 199).
Como os anjos bons, os anjos maus também possuem poder  sobre-humano,mas o uso que dele fazem contrata-se tristemente com os dos anjos bons. Enquanto estes louvam a Deus perenemente, batalham por ele e O servem com fidelidade, aqueles, como poderes das trevas, prestam-se para maldizer a Deus, pelejar contra Ele e Seu Ungido, e destruir a Sua obra. Então em constante rebelião contra Deus, procuram cegar e desviar até os eleitos, e animam os pecadores no mal que estes praticam. Mas são espíritos perdidos e sem esperança. Agora mesmo estão acorrentados ao inferno e ao abismo de trevas e, embora não estejam ainda limitados a um lugar só, contudo, no dizer de Calvino, arrastam consigo as suas cadeias por onde vão, 2Pe 2.4;Jd 6. (teologia sistemática Louis Berkof, pág. 138)


Destino
A respeito dos anjos maus, temos informação definitiva de que terão sua parte no lago de fogo (Mt 25.41). Enquanto isso, são mantidos acorrentados e na escuridão até o dia do seu julgamento (2Pe 2.4;Jd6), como o criminoso condenado que foi considerado culpado e mantido na prisão, aguardando o dia em que será sentenciado oficialmente e levado  para sofrer a pena por seu crime. Quando Cristo voltar, os crentes terão parte no julgamento, ou condenação, dos anjos maus. (Henry Clarence Thiessen palestras em teologia sistemática, pág.144).



Conclusão


Por mais utópico que possa parecer para algumas pessoas à crença na existência de anjos e demônios, ao olharmos de forma mais honesta iremos perceber de que não se trata de uma falsa doutrina, ou crendice popular, ao contrário veremos mais do que a existência de seres espirituais aos quais não são visíveis ao olhos físicos do homem, porém, vemos claramente a ação de Deus em prol de sua amada igreja em enviar seus santos anjos na provisão de ajuda nas suas necessidades, nos dando também exemplo de comunhão com Deus e reverência. Observamos também o agir de Deus em usar seus santos servos angelicais para protegerem sua santa igreja do ataque de hostes malignas, anjos caídos, que não guardaram seu estado. Em resumo temos a convicção de que Deus nos protege e nos guarda e como prova de seu cuidado, nos dispensou os anjos, como os nossos conservos, que não só estão prontos para cumprir as ordens de Deus, mas que também observam atentamente o desenrolar do plano salvífico na vida dos eleitos de Deus.  















 


Bibliografia

 Teologia sistemática atual e exaustiva, Wayne Grudem.
Introdução a teologia sistemática, Millard J. Erickson.
Conhecendo as doutrinas da bíblia, Myer Pearlman.
Teologia sistemática, Louis Berkof.
Palestras em teologia sistemática, Henry Clarence Thiessen.